quarta-feira, 12 de março de 2008

Fiado nem a caralho. Troco em balinha, nem fudendo.

Um dia desses vou juntar todas as balinhas, bombons, chicletes e afins recebidos como troco e comprar uma Mercedes. Tá certo que pode demorar um bocado - até lá alguns destes docinhos podem apodrecer, outros se infestarem de formigas, mas isso a gente releva, porque também é falta de educação não pedir desconto.


Outra idéia é pegar todas estas guloseimas e contratar uma puta de luxo, tipo destas que o Governador de Nova York tentou descolar. Se ele tentasse pagar em balinhas, seria crime mesmo assim? Pessoalzinho amargo esse não?


Se nada disso der certo vou tentar passar adiante os doces para os flanelinhas. Um real dá mais ou menos uns 20 Chiclets Adams, ou 1 Tic Tac, ou 8 Plocs. No final do dia neguinho vai ser só cárie. Que beleza, hein?


Aceita balinha de troco?

ÁGUA






A próxima guerra, a quarta, vai ser travada por conta dela. Ela já é chamada por superpotências [bélicas, inclusive] o petróleo do mundo. Em alguns lugares, seres humanos já não tomam mais água potável. No Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, por exemplo, uma família de 5 pessoas toma banho com o mesmo pouco de água suja e bebe a água que o boi esquálido enjeita. E ainda tem gente que desperdiça desse jeito. Isso sim é de fuder, ô pá!




terça-feira, 11 de março de 2008

Oração ao Tempo

[Caetano Veloso]

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...

Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...

O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...

Obs.: só gostaria de acrescentar [se é que se pode dizer algo mais] que o tempo é amigo de quem é amigo do tempo. Só falta quando se gasta muito. Se gasta muito, quando se tem pouco. O tempo não é contínuo. É disforme. Passa lento, passa rápido. Mas, certamente, passa. "Tempo, tempo, tempo, tempo. Faço um acordo contigo"