sexta-feira, 30 de maio de 2008

::: Da célula tronco ao rico que não entra no céu :::

Finalmente um lampião no fim do vale: o Supremo julgou constitucional, por seis votos a cinco, a pesquisa a partir de células tronco. Desnessário mas oportuno dizer que milhares de pessoas, deficientes de toda sorte [ou a mais absoluta falta dela], aplaudiram a decisão, inclusive, centenas e centenas de fiéis de toda facção. Sim, pessoas religiosas, que nasceram com problemas genéticos, que sofrem dia-a-dia, e, que, agora com os estudos científicos liberados, poderão sonhar deixar uma cadeira de rodas, leitos, redes e etc, e voltar a ter esperança de uma sobrevida melhor.

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Incrível como ainda existem pessoas que se colocam contra essa decisão. Nossos cientistas terão que botar lenha no trenzinho da ciência brasileira e correr atrás do tempo perdido por conta dessa posição bizantina de padres, pastores, políticos e reacionários de plantão, que ainda se opõem veementemente à pesquisa de células tronco.

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Não é possível que Deus, em sua inigualável sabedoria, se oponha a este serviço que a ciência prestará a humanidade. Afinal se Ele permitiu o acesso a sabedoria, é porque já tava sabendo que chegaríamos a uma solução que num futuro próximo pode vir a ajudar pessoas a enxergar, andar, sonhar novamente. Mas em nome desse mesmo Deus [que deve ficar puto], homens e mulheres esturram aos quatro ventos que esta pesquisa e que a ciência como um todo é coisa do Diabo que quer brincar de ser Deus. Pobres irracionais.

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Estes sãos os mesmos que dizem que quem é rico não entra no céu. Engraçado que o Edir Macedo, o Bentão XVI, o José de Paiva Neto, o Alziro Zaru [este já tomou no c...], o Terra Nova, os irmãos Câmara entre outros, são ostensivamente ricos. Como dizem os mais sábios "a gente só entende o que quer entender", talvez quando o Filho do Homem disse: "É mais fácil passar um camelo por um buraco de agulha, do que um rico entrar no Céu." Ele estivesse se referindo a homens pobres de vaidade, de ganância, de poder, mas, por quê não, ricos financeiramente, por conta do trabalho dedicado e honesto?

Se eu estiver certo,[e hei de estar] a lista acima e mais tantos outros empresários da fé alheia estão religiosamente cotados pra lamber a tisna do caldeirão do capeta.

[Amém...]

quarta-feira, 28 de maio de 2008

A Sadia e o Vaticano

E diz que a Sadia solicitou uma reunião com o Papa no Vaticano. Após receber a benção, o representante cochichou:
- Vossa Santidade, nós temos uma oferta. A Sadia está disposta a doar US$ 50 milhões à Igreja se Vossa Santidade mudar a frase da oração Pai Nosso, de "o pão nosso de cada dia nos dai hoje" para "o frango nosso de cada dia nos dai hoje".

O Papa responde:
- Isso é impossível. A oração é a palavra do Senhor e não pode ser mudada.
- Bem, nós já prevíamos sua relutância e, por isso, nós aumentamos a oferta para US$ 100 milhões. Tudo que pedimos é que mude a frase de pão para frango.

Novamente, o Papa responde:
- Isso, meu filho, é impossível. A prece é a palavre de Deus e não pode ser mudada.

Finalmente, o homem da Sadia diz:
- Vossa Santidade, nós respeitamos vossa fé, mas temos uma oferta final: doaremos US$ 500 milhões para a Igreja Católica, simplesmente se a frase "o pão nosso de cada dia" for mudada para "o frango nosso de cada dia". Por favor, pense nisso.

No dia seguinte, o Papa convoca o Colégio dos Cardeais e diz:
- Tenho duas notícias para dar: uma má e a outra boa. A boa notícia é que a Igreja vai receber uma doação de US$ 500 milhões.

- E a má notícia, Santidade? - pergunta um dos cardeais.

Responde o Papa:
- Nós vamos ter que rescindir o contrato com a Pullman.