quarta-feira, 29 de outubro de 2008

:: Um cara ::

Contam alguns tios meus que a primeira palavra que falei aos dez anos foi "- papai". Dizem que minha mãe ficou muito puta, "- fala mamãe, caralho!". Isso não importou muito, pois me acharam tão esquisito que me deixaram dentro de uma caixa de Leite Ninho em frente a um canil. Nunca liguei em pedir nada bem definido pra comer, quando pedi, foi um "cheeseburguer". Até hoje não sei qual o sabor dessa palavra. Mas o nome do pedido continua temperando minha mente. Ainda no meu nascimento, esses tios contam que o dia foi um acontecimento. Convidaram até um membro do corpo de bombeiros [não me pergunte por que!?!]. Quando passou a cabeça, minha mãe respirou aliviada, "graças a Deus, o resto tudo é corpo". Aos quinze anos tive meu primeiro contato com uma mulher, quer dizer, não foi bem algo que valha a pena lembrar. A mulher parecia um repolho, não conseguia manter os olhos em mim. Passou o tempo todo virando a cara, até que no final, levantou e ficou cuspindo um líquido, mas, sinceramente, nunca vi ninguém cuspir tanto assim. Jorrava da boca e fedia a azedo. Não sei explicar o que deu nela, mas, sei que ela gostou de mim e não cobrava minhas visitas. Quando resolveu cobrar eu não tinha aquilo que ela pedia: “me dá dinheiro?”. Nem sei do que se tratava. E como ela começou a arranhar e morder eu corri pra me livrar da mulher que me perseguiu por quase 20 quarteirões.
Fui levando a vida, sempre seguido de perto por uns caras que insistiam em fotografar diariamente. Ofereceram até dinheiro [vai entender essas pessoas], pra poder conviver comigo. Eles anotavam tudo. De mês em mês, tiravam meu sangue e olhavam meus dentes. Faziam também exames, digamos, mais íntimos, remexendo minhas fezes. Eu mal derrubava a massa e lá estava um cara vestido numa roupa branca com uma máscara estranha me empurrando e enchendo o potinho. Na verdade a cagada era um acontecimento extraordinário pra eles. Era tal de ligar, de anotar, de medir a grossura e a coloração e o cheiro. Só faltavam comer pra ver que gosto tinha. E naquele tempo meus dias iam assim: fotos, testes e exames fedorentos. Certa vez, passando em frente a uma banca de jornal, vi um foto minha numa capa com letras formando OVNIS. Até onde consegui ler, tinha: "Um extraterrestre vive entre nós". Nem procurei pensar no assunto. A palavra maior, "extraterrestre" me confundiu a cuca. Deixei pra lá. Lá pelos 30 anos uns lances esquisitos começaram a acontecer. Toda a vez que dormia, acordava todo melado e com um cheiro infernal de água sanitária empestando meu cafofo. Não entendia porque aquilo acontecia comigo. Nunca fiz mal a ninguém. E o mais chato é que tinha que andar por ai com aquela mancha grudenta por ai até a próxima chuva. A coisa piorou quando o problema começou acontecer de dia também. Era involuntário. Simplesmente ficava duro e aquele líquido saia. Terrível. Certa vez olhando umas meninas brincando no parque e lá o problema acontecendo de novo. Só sei que chegaram uns caras vestidos de preto, um deles levantou um porrete e acordei numa cela fedorenta. Gostei porque o cafofo fedia mais. Depois de me soltarem, eu melhorei quando voltei a me encontrar com a mulher repolho. Como fazia algum tempo que não a visitava, coisa de uns dez anos, achei que a mulher estava ainda mais enrugada. Foi complicado encaixar-me com ela, como fazíamos antes do dia do dinheiro. Só sei que certa vez estava na rua, juntando as moedas jogadas por passantes quando olhavam pra mim [nunca soube dizer por que isso acontecia], a mulher apareceu e disse: "estou grávida", no que prontamente eu respondi: "e eu com isso?". "- Vou ter um filho seu". Continuei sem entender. "Diabos homem, de onde foi que você saiu?". Levantei e fui andando, talvez depois daqueles gritos a tal voltasse a me pedir dinheiro de novo e eu só tinha pra pagar um cara que sempre me enchia de porrada se eu não desse as moedas que coletava do chão. A mulher continuou falando por 20 quadras que estava grávida, que teria um filho..., até foi ficando pra trás. Uns 12 meses depois eu encontrei a dita cuja, balançando um bolo de pano. Jurei que ela estava doente, ou louca por repetir tantas vezes aquele gesto. Quando percebi que ela tinha me visto, atravessei a rua, aproveitando pra despistar o cara que queria minhas moedas de novo. E os caras de branco que voltaram a me procurar. A mulher correu atrás de mim e o cara das moedas e os homens de branco com uma rede nas mãos. E ao longe ouviu algo que até hoje não sei dizer ao certo. Um uivo, um esturro, que vinha daquele bolo e pano. O gritinho fininho e parecia meu estômago com fome. Acho que era o filho que a mulher dizia que ser meu.

Pensei: “Bem que ele podia dizer papai”

domingo, 19 de outubro de 2008

Leitura Dinâmica

Todas as páginas estavam riscadas, o livro estava amarelado e, talvez, tivesse testemunhado a passagem do tempo nas mãos de seus leitores. Foi maltrado mas não reclamou. Livros reclamam a voz do autor. E o amor casual do leitor.

Pude ver de longe que as mãos trêmulas passavam as páginas, mas era nítido que elas já tinham sido lidas várias e várias vezes. Parou numa delas, de repente, começou a lagrimar. Fiquei sem jeito do outro lado da sala - meio desconcertado por testemunhar um momento quando alguém sintoniza finamente o jeito de outra pessoa pensar, ou, simplesmente, sente o que outro sequer sentiu. Uma dor de dublê. Um lapso do acaso. Um corte frio na pele quente.

Vi que a pessoa anotou algo no último espaço que restava. Limpou os olhos. E saiu da sala deixando-o.

Levantei correndo, meio sem entender aquilo que não pareceu exatamente um esquecimento. E sim um desquite. Quando cheguei vi que o livro estava aberto num capitulo com o titulo "dor". Sem desmarca a página, olhei com pressa e já me encaminhando até a porta para ver se a pessoa ainda estava por perto e percebi que os capitulos tinham titulos correlatos "medo", "angústia", "solidão" e por ultimo "descaso".

Na anotação deixada esta escrito, pude perceber em tinta ainda fresca: "agora ele é seu!"

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

DE VOLTA AOS ÁUREOS TEMPOS DA DITADURA

Nessa democracia de merda, vozes são abafadas com calcinhas sujas e as manifestações patrióticas são emudecidas com peidos fedorentos. Dai que, a partir de hoje, iniciaremos uma série de receitas deliciosas para o deleite de todos que gostam e que não gostam da gente.

A primeira receita é a sádica tortinha de ricota com espinafre. Pura delícia de sabor.


Ingredientes:
- 1 maço de espinafre cozido e espremido- 500 gramas de ricota picada- 1 cebola picadinha- 1 colher (sobremesa) de farinha de trigo- 4 ovos grandes- 1/2 xícara de leite- 2 colheres (sopa) de maionese- 1 colher (sopa) de margarina- Sal, noz-moscada e queijo ralado a gosto

Modo de Preparo:
Bater no liquidificador os ovos, o leite, a margarina, a maionese, a farinha, a ricota e o sal aos poucos. Depois de batido, acrescentar o espinafre, a cebola, o queijo ralado e a noz-moscada. Levar ao forno numa forma refratária untada com margarina e farinha de rosca. Polvilhar queijo ralado por cima. Forno pré-aquecido, aproximadamente 45/50 minutos.

[Huuummmm!!!!]

>>> CAMPANHA <<<

------>COLOQUEM O DVD DO DUDU NO YOUTUBE <--------
Pelo bem da democracia e do seu bolso, ajude nesse ato cívico. Simbora, é nóis. É pau neles! [que é capaz de gostarem]

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

-> N Ã O // L E I A <-

Para vc que não lê o TPh. Pra vc que nunca lerá esses textos de extremo mal gosto estético e acústico e molusculo. Pra vc que é arrumadinho, engraçadinho, interessantezinho. Pra vc que dormiu em frente a TV. Pra vc que jura que é diferente, pra frente, comovente. Pra vc que é dependente químico sem a química pra depender. Pra vc que é frustado, acabado, detonado. Pra vc que é chefe de escoteiros. Pra você que é meio feio, meio legal, meio normal. Pra vc que é analista de sistema. Pra vc que sempre sabe de tudo, do mundo, do nada. Pra vc que é vermelho, amarelo e roxo. Pra vc que é amante da liberdade vigiada, desconfiada, abestalhada. Pra vc que é motorista de ônibus, gari, assessorista. Pra vc que é normalísta de calcinhas vermelha fio dental. Pra vc que é egoísta extra-sensorial. Pra que é paroquial meio débil mental. Pra vc que morre por tudo, mas não nasce de novo ao ver um pôr-do-sol. Pra vc que é maquiavélico, estratégico, bélico. Pra vc que que tem um aspecto atélico, verérico, protético. Vc que é mal, banal, carnal. Pra vc que é marionete, títere, maria-vai-com-as-outras. Pra vc que filho-da-puta até o último cabelo do cu. Pra vc que torce pro Bangu, Itabubu, Itãnhu. Pra vc que é cego de um olho só. Pra vc que dá o fió, o bobó, o sem dó. Pra vc que é mulher meio homem e homem meio mulher. Pra vc que adora viajar deitado, calado, sonhado. Pra vc que é artísta, chauvinista, hittlerista. Pra vc que é manjado, cagado, peidado. Pra vc que é aviador. Pra vc que é puta. Pra vc que é bonito. Pra vc que é assistólico, bucólico, melancólico. Pra vc que curte rock, forró, afro. Pra quem curte a parada. Pra vc que vive parada, calada, burra. Pra vc que vive as turras. Pra vc que não gosta de mim nem de vós. Pra vc que vive aos nós com os bocós. Pra que não desiste, insiste, teima. Pra vc que queima, cheira, bebe. Pra vc que fede. Pra vc que mede, pede, sede. Pra vc que não teve infância. Pra vc que nem acredita. Pra vc que votou em Celso Pitta, Clodovil, Serafim. Pra vc que ainda não sabe ao certo o fim. Pra vc lembrar de um texto assim. Pra vc que gosta de tirar meleca na venta, atenta, menta. Pra vc que é magoado com os outros. Pra vc que é roto, arroto, nodoso. Pra vc que é violento. Pra vc que é louco. Pra vc que é de tudo um nada e de nada és um pouco.

Este texto que vc acabou de ler, era pra ser pra vc.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

::: Ameaças Fantasmas :::

Ligações anônimas. Bilhetes criptografados. Emails contaminados. A equipe do TPh denuncia as ameaças que vem recebendo diariamente. Acreditamos que deva ter sido por conta da receita de bolo de ricota com espinafre que ainda não postamos neste espaço onde a democracia impera, desde que a última palavra seja nossa.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Palhaço Quiabo - Uma metáfora da política nacional.



Quem olha, pensa que o palhaço Quiabo, candidato a vereador pelo Amazonas, é apenas um. Mas, não. É um em um milhão de políticos brasileiros. A diferença é que ele veste a fantasia de palhaço e vai pedir seus votos nas ruas. Os outros pedem sem fantasia. Mas a palhaçada é a mesma. A dança é a mesma no grande picadeiro nacional.

O palhaço Quiabo então é o espelho desses que estão ai há tanto tempo brincando com o dinheiro público e fazendo piada da nossa desgraça [vide o rodapé do santinho]. Desses que estão ai fazendo suas piruetas e dando cambalhotas para obliterar o erário. Pobre cidadão, o verdadeiro palhaço.

E a grande piada é: quem era pra fazer rir, é quem ri da nossa cara.
[Quá,quá,quá...]

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Tua, minha.



desafiou a gravidade da queda
garota interrompida com seu lacinho rosa choque
deixou pra morrer finzinho do dia, pra não perder a pose
era melhor que gente de tão contente
e nós humanos enterramos nossos silêncios
se foi a rainha, tua, minha.

::: Chapa quente :::

Isso não é uma coligação, é uma quadrilha. Mas cada povo tem o governante que merece.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

::: Cada um no seu quadrado :::



Consigo até enxergar certa filosofia. Cada um na sua, mas com alguma coisa em comum. [Conceito do cigarro Free]

terça-feira, 29 de julho de 2008

[CARREATA]

Qualquer dia sou eu
no carro preto

já na urna desolada

outros pássaros
em fila indiana
seguem

uns chorando
outros rindo

atrás da veraneio
e o som de faca cega

na única carreata
estou lá
candidato a nada.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Salve a República Brasileira da Finlândia!!!!!!!!!!!

Vamos declarar o início da República Brasileira da Finlândia e pagar pela maior carga tributária do mundo. Vamos apagar o Brasil.
E você deve tá pensando ai: má que catzu de idéia idiota é essa? A gente já tem uma carga tributária pesada pra aguentar. É... mas no mundo é a segunda maior, a primeira é da Finlândia.
Então bora logo fundar a República Brasileira da Finlândia e findar com o Brasil.
Nessa republiqueca teremos a maior carga tributária do mundo e, pasmem: você vai gostar.
Vai gostar porque a Saúde vai funcionar. Leitos em hospitais, médicos bem pagos e satisfeito ao atender as classes menos assisitidas, que não serão tão menos assim, porque terão empregos com salários honestos, que pague a dignidade de ter uma boa educação, uma boa segurança, uma boa qualidade de vida, que irá muito além das três refeições diárias. Nessa Nova República pagaremos mais impostos, mas teremos políticas sociais que contemplem os direitos mais básicos do homem, de forma adequada possíovel, e todos teremos respeito e felicidade. Detalhe fundamental é que nesse Brasil possível os políticos andarão pianinho, comendo realmente na mão do povo, que realmente trabalharão pelo e para o povo. E nas eleições irão tirar do próprio bolso o dinheiro para suas campanhas. E não sangrarão os cofres públicos para satisfazer uma ambição pessoal.
Vamos juntos! Vamos fundar o novo Éden, com justiça e igualdade para todos. E o Hum Deus pra nos guiar.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

INCENSO BOLIVIANO } }} }}} }}}} }}}}} ...

Todos que entravam lá, sentiam a energia. As sessões eram intermináveis. As bebidas passavam de mão-em-mão com uma rapidez que nem sei porque nunca vaporizavam no ar. Raul era o aniversariante. Raul era o mais bêbado. A piscina estava refletindo a imagem inconstante da lua. Tudo era estéril.

Aquele cheiro enebriava. Estavam todos planetários na noite a qual me refiro. Que noite inteira. Que noite eterna. Nunca tinha ido a um lugar igual. E nunca mais fui. O vento que soprava carregava a felicidade no ar. Era puro. E não era. Era Deus e não era nada. Tocava uma música que acabava e terminava, sem parar. O disco tinha furado naquele momento. E tudo acontecia como se já tivesse acontecido. E as bocas falavam da noite. A noite era dia.

Era mais que cheirar. Era comer. E todos comiam o vento. E o tempo? Bem, o tempo nem mais existia.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Coração bobo, coração bola...[de alguém que quase bateu as botas neste fim de semana]

Clássica a morte de infarto. O cara tá ali, papeando, de repente: click. O corpo desliga a chave. Tem a ver com a comida que o cara come. O exercício que ele não faz. A bebida que ele bebe. O cuidado que ele não toma. E tem a ver com a pressão interna e a externa do corpo e da vida que o cara leva. A maior incidência de mortes por enfarto no miocárdio [modo mais comum de apagar via coração] vem da ala masculina. A macharada morre às pencas. A mulherada, talhada pra sentir dor, consegue segurar mais a barra e morre menos dessa causa. Imagina ai, tá lá o cara no trânsito, ouvindo Supertramp, e a bomba pára. Ele saiu pra comprar sorvete na padaria e sua família ficou esperando com o DVD em pause. Seu filho com pote de pipoca, a filha e a mulher com as tigelas e as colheres em riste. Mas o cara infartou e bateu de cara pro poste, mortinho da silva.
O cara não vai voltar mais pra casa, mas a vida vai continuar do mesmo jeito como começou, sol, café amargo, pão duro, carros, buzinas, sacaneadas, brigas, dinheiro saindo, dinheiro entrando, sorrisos falsos, pernadas, mentiras, corrupção, tristezas em geral. Êita gentinha sem coração.

Festival de Jazz

Pra quem gosta [eu, por exemplo], começou o Festival de Jazz em Manaus. Acima a programação.

quinta-feira, 10 de julho de 2008


Impossível não comentar o momento político. E o TPh, seu permanente observador no escritório, não se furta ao ofício cívico de mostrar o lado bucólico e altruísta desses homens e mulheres que fazem política em Manaus. E vamos fazê-lo muito através do jornalismo local - que de vez em quando acerta uma boa. Tipo essa do Dudu e o Belão, em impagável momento into my family.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Nada a declarar...

Cara é de dar pena. Dá até vontade de emprestar cem pratas pros caras. Tudo coitadinho. Do Centurião Romano ao Cabeça de Joelho com apenas 145,61 no banco. Putz! Mas isso ultrapassa a famosa "cara de madeira".

quarta-feira, 2 de julho de 2008

>>> Sabe tudo <<<

O Mestrinho que não é bobo nem nada, já bem sabe como vai esperar a vitória do Omar Aziz [vulgo centurião romano]... sentado pra não cansar.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Parece que nunca vai acontecer com a gente.

Quando se fala de Morte, parece que nunca vai acontecer com a gente. Parece que estamos falando de algo distante, que só acontece com os outros. Mas quando pessoas como a sra. Ruth Cardoso morrem, a coisa complica. Ai a gente lembra que um dia desses, de chuva ou sol, vamos chorar por alguém querido ou vão chorar em cima de nosso caixão.

Morte é um assunto hóstil. As pessoas se negam a acreditar no fim de tudo. Se era pra acabar assim, por que começar? Engraçado é como as pessoas se apegam em coisas materiais, em crendices, em pessoas. Somos uns tolos. Estamos de passagem, mas essa passagem continua, vai levar pra onde?

Dia destes li um artigo muito interessante, acho que do Kanitz, na Veja, que ele acha totalmente improvavel uma vida em outro plano. Mais ou menos ele disse que ficaria muito chateado em ter que ficar vagando entre "energias" de baratas, cadelas, bodes e outros bichos pensando que poderia ser a energia da mãe dele. Por que somente nós teríamos uma segunda chance? E os bichos, os insetos, pra onde vão?

Me pergunto: por que poupar dinheiro? por que aprender inglês? por que trabalhar pra caralho? Aproveitamos muito pouco dessa oportunidade maravilhosa que temos: a maioria das pessoas não vivem direito. Não conhecem a Grécia, não tomam uma cerveja em Munique, não curtem o fim de tarde cor-de-rosa em Paris. Grandes idiotas que somos.

Deve ser muito foda o cara perder alguém querido e ter que olhar praquela caneta que foi usada no dia anterior, a camisa perfumada que ficou, o retrato de um tempo feliz... Deve ser muito escroto mesmo. A verdade é que fazemos de tudo pra não acreditar, mas a morte é o fim das coisas todas.

Prepare-se. Seu dia vai chegar.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Estacionamento proibido em Manaus

Olha só essa...



Ócio Criativo

Boas músicas + boas animações. Dois ótimos videoclipes da carreira solo de Nasi - o Wolverine brasileiro. Veja, reveja, curta.



quinta-feira, 19 de junho de 2008

Pão com Ervas



Manchete do Amazonas Em Tempo de hoje: uma nova modalidade no quesito tráfico de entorpecentes. A moda agora é rechear o pãozinho francês com maconha para despistar os homens da lei. Receita francesa, ingrediente jamaicano e tempero regional. Ah, a culinária.

Previsões Imagináveis 9

Daqui a 60 anos a Sandy vai ser a cara do Caetano Veloso.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Diário de Bordo

Júnior: Moçada, tô indo comprar um lanche, alguém qué alguma coisa?
Marcos: Quanto é um pão com ovo e queijo?
J: Uns dois e cinquenta, três reais...
M: E só com ovo?
J: Uns dois e cinquenta, três reais...

Deus protege os bêbados

Pai, perdoai-os. Eles não sabem o que fazem.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Ditado da 8a série

Um é pouco
Dois é bom
Três é uma ménage a trois.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

::Como fazer uma bomba atômica:::

Vá lá:

Material necessário:
Uma garrafa PET
2 Pombas Marotas (têm que ser marotas, senão não adianta)
1 foguete da NASA
O computador HAL 9000 (de 2001 – Uma Odisséia no Espaço)
1 micro-combustor de energia cinética platônica
3 Nanochips maléficos
10 metros de fios de cobre
4 xícaras de OMO Progress
1 motor de fusca movido à fusão
1 tonelada de césio137 (muito encontrado em Goiânia – GO)
10 pilhas Duracell Ultra
6 litros de Gasolina Aditivada
Urânio à gosto
Papel Alumínio
Um gato

Modo de Preparo:
Recubra a sua garrafa PET com o papel alumínio, de forma que não seja possível ver o fundo. Encha a garrafa com uma solução feita com a Gasolina, as pilhas, o Omo e o sangue das pombas marotas. Isso resulta numa substância completamente tóxica e mortalmente ácida. Coloque tudo na carrafa, o alumínio não deixará que derreta-a. Separe.
Pegue o motor de fusca, coloque todo o césio137 dentro dele, e faça-o funcionar, puxando a corda. Isso fará com que o césio se enriqueça, tornando o 150 vezes mais poderoso. Retire e separe.
Vamos à eletrônica da bomba. Ligue o combustor de energia cinética platônica e instale os nanochips. O computador se tornará vivo. Coloque-o para conversar com HAL, o computador mais inteligente já criado. Os nanochips se apossarão de HAL, tornando os dois um só. Separe.
Agora, pegue o urânio e fique balançando por umas 2 horas, é importante. Ele se tornará enriquecido como o césio, só que com 300 mil vezes mais energia. Envolva-o com o fio de cobre, isso isolará a energia.

Montagem:
Pegue o foguete da NASA, faça as alterações:
Retire o motor principal, pegue a garrafa, coloque o conteúdo no motor de fusca movido à fusão, como combustível. Junte com o césio e instale o motor.Retire o computador principal da nave, coloque o HAL. Use o urânio enriquecido para suprir suas necessidades.
Coloque o gato para dirigir a nave, já que HAL fará tudo sozinho. Coloque a localização e faça as seguintes modificações no sistema de radar da nave:
No posto de antena AE-35, mude o sensor 3 para HI-FI STEREO, e o sensor 5 coloque como função paralelepídea com a manopla de comando 13A, que fica no painel ALFA. Já no posto AE-36, onde controla o radar principal de aproximação de alvos via laser, o sistema DELTA pode passar à posição 11, com chave cúbica 40.
Programe a rota no computador HAL para a Casa Branca, Aperte o botão vermelho e coloque seus óculos.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Má que macacada...

A vida imita a arte...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Previsões Imagináveis 8

O Gurgel - se já não é - um dia vira cult.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Frase do Dia

Frase do dia, garimpada numa dessas navegadas pela internê:

"Why go on living when we can bury you for $ 49,50?"
(Por que continuar vivendo se podemos enterrá-lo por $ 49,50?)

The dude´s got a point.

Previsões Imagináveis 7

Sorria. Você está sendo filmado e logo estará bombando no Youtube.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Momento Meio&Mensagem

Começa nesta semana a campanha de recall do Volkswagen Fox, que devido a problemas no banco traseiro do veículo, provocou ao menos oito acidentes graves - nos quais as vítimas tiveram um ou mais dedos da mão mutilados. O TPh Meio&Mensagem conseguiu, com exclusividade, uma foto do garoto propaganda da campanha.


segunda-feira, 2 de junho de 2008

Auto-ajuda TPh



Vamos começar a semana com alegria. Com bom humor. Com alto astral. Com o pensamento positivo de que tudo dará certo. Comece a semana mandando o Murphy tomar no cu - em alto e bom som.

Boa semana a todos.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

::: Da célula tronco ao rico que não entra no céu :::

Finalmente um lampião no fim do vale: o Supremo julgou constitucional, por seis votos a cinco, a pesquisa a partir de células tronco. Desnessário mas oportuno dizer que milhares de pessoas, deficientes de toda sorte [ou a mais absoluta falta dela], aplaudiram a decisão, inclusive, centenas e centenas de fiéis de toda facção. Sim, pessoas religiosas, que nasceram com problemas genéticos, que sofrem dia-a-dia, e, que, agora com os estudos científicos liberados, poderão sonhar deixar uma cadeira de rodas, leitos, redes e etc, e voltar a ter esperança de uma sobrevida melhor.

[...]

Incrível como ainda existem pessoas que se colocam contra essa decisão. Nossos cientistas terão que botar lenha no trenzinho da ciência brasileira e correr atrás do tempo perdido por conta dessa posição bizantina de padres, pastores, políticos e reacionários de plantão, que ainda se opõem veementemente à pesquisa de células tronco.

[...]

Não é possível que Deus, em sua inigualável sabedoria, se oponha a este serviço que a ciência prestará a humanidade. Afinal se Ele permitiu o acesso a sabedoria, é porque já tava sabendo que chegaríamos a uma solução que num futuro próximo pode vir a ajudar pessoas a enxergar, andar, sonhar novamente. Mas em nome desse mesmo Deus [que deve ficar puto], homens e mulheres esturram aos quatro ventos que esta pesquisa e que a ciência como um todo é coisa do Diabo que quer brincar de ser Deus. Pobres irracionais.

[...]

Estes sãos os mesmos que dizem que quem é rico não entra no céu. Engraçado que o Edir Macedo, o Bentão XVI, o José de Paiva Neto, o Alziro Zaru [este já tomou no c...], o Terra Nova, os irmãos Câmara entre outros, são ostensivamente ricos. Como dizem os mais sábios "a gente só entende o que quer entender", talvez quando o Filho do Homem disse: "É mais fácil passar um camelo por um buraco de agulha, do que um rico entrar no Céu." Ele estivesse se referindo a homens pobres de vaidade, de ganância, de poder, mas, por quê não, ricos financeiramente, por conta do trabalho dedicado e honesto?

Se eu estiver certo,[e hei de estar] a lista acima e mais tantos outros empresários da fé alheia estão religiosamente cotados pra lamber a tisna do caldeirão do capeta.

[Amém...]

quarta-feira, 28 de maio de 2008

A Sadia e o Vaticano

E diz que a Sadia solicitou uma reunião com o Papa no Vaticano. Após receber a benção, o representante cochichou:
- Vossa Santidade, nós temos uma oferta. A Sadia está disposta a doar US$ 50 milhões à Igreja se Vossa Santidade mudar a frase da oração Pai Nosso, de "o pão nosso de cada dia nos dai hoje" para "o frango nosso de cada dia nos dai hoje".

O Papa responde:
- Isso é impossível. A oração é a palavra do Senhor e não pode ser mudada.
- Bem, nós já prevíamos sua relutância e, por isso, nós aumentamos a oferta para US$ 100 milhões. Tudo que pedimos é que mude a frase de pão para frango.

Novamente, o Papa responde:
- Isso, meu filho, é impossível. A prece é a palavre de Deus e não pode ser mudada.

Finalmente, o homem da Sadia diz:
- Vossa Santidade, nós respeitamos vossa fé, mas temos uma oferta final: doaremos US$ 500 milhões para a Igreja Católica, simplesmente se a frase "o pão nosso de cada dia" for mudada para "o frango nosso de cada dia". Por favor, pense nisso.

No dia seguinte, o Papa convoca o Colégio dos Cardeais e diz:
- Tenho duas notícias para dar: uma má e a outra boa. A boa notícia é que a Igreja vai receber uma doação de US$ 500 milhões.

- E a má notícia, Santidade? - pergunta um dos cardeais.

Responde o Papa:
- Nós vamos ter que rescindir o contrato com a Pullman.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Careless Whisper

Temos um amigo que é fã dessa canção. Ele curte mesmo. Os sentimentos afloram quando ele ouve essa canção. Nosso amigo tem coração. É um cara sensível. O George Michael também.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Maskate Update

Filhos amados, o post inaugural de hoje vem do nosso ilustríssimo jornal Maskate (cujo slogan não é "créu", mas "é crau") . Abre aspas Juvenal:

Garrafada na boca

Durante uma típica briga dominical entre pedreiros embriagados no "belíssimo" bairro do Parque das Nações, um infeliz teve a boca totalmente esbagaçada com uma porrada com garrafa quebrada, na tarde de ontem. O pedreiro, José de Jesus da Silva, 25, morador da rua Argentina, estava inebriando-se alegremente com muita cachaça , quando se envolveu em uma terrível briga de bar. Seu algoz aplicou uma garrafada em sua boquinha que ficou ainda mais bonita. Ele foi levado ao pronto-socorro João Lúcio.


Bala nas Mãos

O desocupado Marcley Soares Barbosa, 22, envolvido com o tráfico de drogas, pegou um belo balaço em cada mão, na noite de ontem, no bairro do Coroado, zona Leste. Cansado de ser desocupado e drogado, ele resolveu trabalhar no tráfico como avião e logo na primeira remessa de pasta base de cocaína, o infelz não se controlou e consumiu metade do bagulho e não soube explicar para o traficante, acabando por levar os tirinho só de advertência. Ele foi levado ao pronto-socorro João Lúcio.


Fecha aspas, Juvenal.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

O presidente vai de pinga. O baixo clero vai de skol quente.


O PT já tem o seu pré-candidato ao cargo de Alcaide de Manaus: o velho guerreiro "Praça". A escolha se deu regada a "mucha" skol. Saca só o tiozão no detalhe, companheiro!

E agora?

quinta-feira, 8 de maio de 2008

::: NOTA DE REPÚDIO :::

O TPh repudia a inércia. Repudia o racismo. Repudia a preguiça em pensar torto. Repudia a política e seus abutres, sempre a espreita. Repudia a morosidade em frente a TV. Repudia os bons hábitos. E os velhos também. Repudia a mentira compulsiva. Repudia a miséria nacional de um país tão rico. Repudia Lula e sua corja. Repudia as merdas escondidas atrás da porta. Repudia a polícia e o bandido. Repudia a falta de coragem, a lerdeza mental, a discordia, a falta de pão na mesa do padeiro. Repudia o carnaval, o pagode, a música sertaneja. Repudia a falta de esperança [mesmo assim], repudia ver a programação gravada numa TV democrática [Usem o controle remoto, pelo amor de Deus!]. Repudia o falso moralismo. Repudia as novelas repetidas. Repudia os filmes repetidos nos canais pagos. Repudia a falta de criatividade na propaganda amazonense. Repudia a inveja. Repudia muito sem-vergonha com a Bíblia na mão. Repudia a puta-que-pariu o mal caratísmo. Repudia a locupletação dos ladrões de gravata em cima do erário público, a miséria alheia, a falta de tudo. Repudia o intelectual perito. Repudia o repúdio.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Previsões Imagináveis 5

O sujeito gostava tanto de feriado que batizou seu 1o filho de Feriadão.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Mário e Bernard...

A do Quintana: "Sonhar é acordar-se para dentro"
A do Shaw: "Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela."

[Olha aí...]

14 dias depois...

Depois desses dias todos, estamos de volta. E parece que não foi só a turma que produz o TPh que parou. O mundo parou. O Brasil parou. O Amazonas parou. Manaus parou. Tudo na mesma. E o dinheiro que também parou nos bolsos dos mesmos [isso, já faz tempo que parou]. E a menina Isabella que parou no chão do Edifício London? Pelo menos um ano pro caso chegar a Júri popular. Isso é realmente uma parada. E a grana, os documentos e o carro de nossa contadora que parou nas mãos de dois vagabundos assaltantes? Pois é, 14 dias depois, tudo parou. E nós vamos parar por aqui, pra ficar enchendo o saco da moçada e de todos. Vamos em frente. [toquem as trombetas...]

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O Senador mais influente do Pais e a influëncia do TPh.

Os outdoors azuis vociferam aos cinco ventos na capital cabocla: Arthur Virgilio. O Senador mais influente do Pais. E a gente aqui cibila em voz meliflua: o Todo Phoda vai ganhando coracoes e mentes, tornando-se o blog um pouco mais influente do que sindico em dia de assembleia. Pois naum foi que encontramos o Senador Virgilio no aeroporto Gomaum, que nos concedeu a atencao e a gentileza de levar consigo um de nossos adesivos toscos? Massa! Saum os salutares sabores da democracia brasileira. Aproveitem enquanto podem.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O cego, o franco atirador, o policial e o ladrão de celular.

Deu um pulo da cama quando percebeu que não enxergava nada. Esfregava os olhos freneticamente e aos gritos chamou sua mulher, que escova os dentes. "Eu não tô enxergando, eu tô cego... Cego!!!" Ele chorava e gritava e esperneava e a mulher não sabia o que fazer para acudir. Chorava também ao ver aquele homem que sempre a maltratou, que sempre a diminuiu, que sempre lhe deu homens imaginários, sendo calcinado pelo destino. Ela tentava, mesmo assim, dar-lhe algum conforto, tirando de onde nada mais existia. Segurava-o e beijava a cabeça que o tempo deixou alva.

[...]

Ele finalmente arranjou um tempo para ir ao dentista. O estacionamento estava difícil, teve que deixar o carro um pouco longe do consultório. Até para atravessar a avenida era uma tarefa hercúlea. Demorou um tempo para fazê-lo, e quando conseguiu, um motoqueiro quase lhe quebra as pernas. Ele desviava do motoqueiro, que parecia tentar dizer-lhe algo. Quando alcançou a calçada, percebeu que o motoqueiro estava seguindo-o, e mais do que isso, estava lhe apontando uma arma.

[...]

O policial sempre foi respeitado na coorporação. Um exemplo de cidadão. Seu uniforme sempre hermeticamente passado e limpo. Seus sapatos negros e lustrosos. Era o orgulho da polícia militar. Nesse dia, ele estava de serviço e fazendo a ronda por uma das ruas movimentadas da cidade. Olhava para a ordem das coisas, gostava de ver as pessoas tranquilas. Era bom trabalhar para a poílicia. Ele sorria por dentro. Ele sentia-se feliz. E esse sentimento já lhe dominava seus sentdos, quando a central avisava sobre uma tentativa de assalto que terminara em morte. Era perto de onde ele fazia sua rota.

[...]

O homem, agora cego, agarrava-se com força naquela que sempre foi uma grande parceira. Seus olhos vermelhos de tanto apertar, estavam sem luz. De certa forma ele começava a experimentar a escuridão onde aquela mulher sempre viveu. A metáfora da vida, pulsava naquele quarto de casa classe média. Estava mais calmo. Mas a angústia de quem não pode ver é grande, só que bem menor de quem pode, mas prefere ficar na escuridão, pensava a mulher.

[...]

O policial chegou no local da tentativa de assalto. De longe viu o corpo de um homem. Outras viaturas estavam paradas e próximas a elas, estava aquele que tinha arranjado um tempo para ir ao dentista mas que acabava de matar outro homem que tentou roubar-lhe o celular. Nas mãos tinha um 38 , revolver que ganhara de seu pai, logo que recebeu seu porte de arma. Quando o policial chegou próximo ao corpo, um frio lhe percorreu a espinha, o morto no chão era seu irmão caçula, quase que não pode conter algumas lágrimas.

[continua...]

Previsões Imagináveis 4

O ladrão de caneta hoje é o ladrão de mouse amanhã.

terça-feira, 8 de abril de 2008

The Salmon Dance


"Quem me dera ser um peixe
para em seu límpido aquário mergulhar
fazer borbulhas de amor pra te encontrar
dentro de ti, um peixe"

Poesia pura meus queridos, poesia pura.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A Sorte

Eis que um dia a sorte bate à porta do Vanderlei. Ele, cientista e cético por consequência, jamais imaginara ter sobre o seu tapete de boas-vindas uma figura afortunada como aquela.

- Vanderlei, hoje é seu dia de sorte!
Silêncio. Vanderlei arrepende-se de ter aberto a porta sem antes consultar o olho mágico.
- Vamos economizar o seu tempo, e, o que é melhor, o meu tempo. Seja o que for não estou interessado. Passar bem.
A porta é fechada rapidamente, sem tempo para reações. A sorte, no entanto, insiste, o que é raro estes dias.
- Vanderlei, escute, hoje é seu dia de sorte!
Indivíduo importuno este, pensava Vanderlei.
- Olhe, vou repetir e é melhor que ouça desta vez: seja o que tem a oferecer, não estou interessado. E ponto!
- Vanderlei, perdoe a insistência, mas o seu nome está na lista. E se está na lista não tem engano. Hoje é o seu dia de sorte!
Raios o partam. A sorte começara a lhe importunar.
- Impossível. Hoje é terça. Sabe o que isso significa? Significa que testarei minha paciência, não somente com você, mas com três dúzias de alunos riquinhos, estúpidos, inconseqüentes e maconheiros na faculdade. Aqueles miseráveis não merecem um pingo da minha atenção. Agora você me diga onde está a sorte nisto?
- Vanderlei, acredite, é hoje.
Vanderlei suspira. Ironicamente hoje não é seu dia de sorte. Mas é hoje.
- Suponhamos que você esteja correto. Suponhamos, apenas. O fato é que nada de gratificante ocorreu enquanto você está na minha presença. E já passam das quatorze horas. Veja só, eu não tenho o dia inteiro. Por falar em dia, sabe que dia é hoje? 13. Dia 13 de agosto. Se você tivesse aparecido em qualquer outra data – com exceção das terças-feiras – eu acreditaria, mesmo que por um breve instante que você é quem realmente diz que é. Aliás, onde estava você sexta-feira passada? Eu não sou de ter muita “sorte” com as garotas, mas você bem que poderia ter me dado uma mãozinha com a Ivete! Porra! PQP! Puta Lei de Murphy! Não se pode contar com mais nada esses dias! Sinceramente!
A sorte, sem mais esperanças, decide jogar a toalha.
- Entendo. Bom, se é assim peço permissão para me retirar, com uma condição.
- Lá vem... e qual é a bendita condição?
- Bom, a sorte não pode simplesmente ficar de bobeira por aí, vagando sem rumo. Ela precisa de um destino, senão coisas estranhas acontecem – vide a final da Copa de 98. Preciso de um destino e só você pode dizer qual é.
- Pois se é assim, vá a merda!!!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A letra D tem meu nome

E olha. Eu te olho.
E vê que eu te vejo.
Perambulando perdido por ai.
Calma, tu és meu.
Sim. Te espantas?
Tu és filho do nada.
Te fiz algo.
Agora tu cantas.
E não te reconheço, mas te sei meu filho
miúdo feito miolo de pão
Te sei agora e nada
Te sei fera de si mesmo
Pobre de tu, nem sabes de Mim
Agora e ontem
Sou Teu.
Por favor: - cala-te!

Freud explica?

Se o amor é cego, por que seu namorado vive olhando para o lado?

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Super Hiper Mega Ultra Motherfuckin Interessante

Pode um mundo com George Bush ficar um pouquinho melhor? Pode sim. O blog do tas informa que a Super Interessante liberou geral todo o conteúdo de seu acervo, de 1987 a 2006. Bom pra que quem é estudante, profissional, vagabundo de plantão e excelente para que as outras editoras acordem para a web e façam o mesmo (Playboy e Sexy, estamos na torcida).


quarta-feira, 2 de abril de 2008

Previsões Imagináveis 3

Filho meu, a fila ao lado não só andará mais rápida, como também terá uma atendente mais gostosa.

Pimenta no cu dos outros...

De longe e de fora tudo fica fácil pra qualquer um. Temos mania de dar conselhos pra quem tá fudido [e a ultima coisa que se quer é conselhos]. Fica fácil, o problema não é com você. Falar pro cara que perdeu a mulher, fica frio que logo pinta outra. Falar pra aquele que foi roubado, que logo ele consegue tudo de volta. Falar pra mulher que apanha, esquenta não que logo ele encontra uma pior e que dê nele. Falar pro cara que faliu, que vai conseguir levantar das cinzas etc etc etc. O foda é tá no problema. Engana-se quem pensa que o olho do furação é o caos. Lá é o lugar mais calmo. Duro é saber o que rola no coração do fulano ou do sicrano que tá numa puta fossa. O foda é viver a situação. Nós do TPh nos solidarizamos com todos os que estão passando por um problema [de qualquer tamanho] nesse momento e nos reservamos ao direito de soltar uma frase solene [do mesmo naipe das tantas outras], pra levantar a moral: "não é porque você tá fudido que amanhã o sol vai deixar de nascer"

Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. Ou não.

sexta-feira, 28 de março de 2008

quinta-feira, 27 de março de 2008

Piuí, Piuí, Piuí Piauí

Em 2007 o Presidente da Philips do Brasil, Paulo Zottolo, afirmou que “se o Piauí deixar de existir ninguém ficará chateado”.

Pois bem. A declaração provocou a ira dos Piauienses, dos brasileiros que de fato sabem onde fica o Piauí e das grandes lojas varejistas que inclusive incitaram um boicote aos produtos da empresa holandesa. O presidente mal amado não demorou muito para se desculpar pelo deboche (bom menino esse), e o mundo enfim voltou a girar sobre seu eixo.

Contudo, parece que o episódio não foi o suficiente para comprovar a existência do estado. Num surto de genialidade e pró-ativismo os deputados do Piauí estão questionando a vitória de Rafinha sobre Gyselle (natural de Teresina) no BBB8. Veja a matéria aqui.

?????

Nada contra quem venceu ou não. Mas perguntou eu na minha humilde condição de proletariado: será que o Piauí, na sua grandiosidade de aproximadamente 251.529 km2, não possui nada mais digno da atenção e cuidado destes deputados???


Bônus Todo Phoda: Desciclopédia do Zotollo.

Nota 0 pra educação em Manaus. [Nota 10 em promessas]

[salas de aula agora são pontos de troca de viciados]
[o abcê da pilantragem]

"Fótus assima revelam como andam a educasão em Manaus.As reformas eternas, as mesmas tão questionadas pelus que estaum nopoder hoje, continuam só na promeça.Até pusquêr naum saum os filhus deles que estudam lá. São os filhus das otra. Bom falar, mais na hora de faser é outra coiza. Em aliás o refleço da noça educazão, vosê pode perceber nexte testo. Dê sua nota, bunitão"

quarta-feira, 26 de março de 2008

TPh Recomenda: L&PM Pocket e Iotti

Esqueça os ministros da educação e da cultura. Se existe alguém, ou alguma coisa, que pode estimular o brasileiro ao prazer da leitura (tirando a Playboy e G Mag), esse alguém é a L&PM Pocket.

Eis os motivos: preço acessível (cada livreto custa em média uns 10 curiós), exuberante variedade de títulos (de Truman Capote ao Recruta Zero), formato reduzido (livros grandes intimidam os iniciantes), e a oportunidade de encontrá-los até em simples mercadinhos de bairro.

A minha coleção - se é que pode ser chamada de coleção - ainda é tímida como uma virgem, mas foi orgulhosamente reforçada dois dias atrás com o excelente Novíssimo Testamento: com Deus e o Diabo, a dupla de criação, de autoria de Carlos Henrique Iotti. São 107 páginas de tirinhas da primeira dupla de criação do mundo. Para quem trabalha no meio - da publicidade, que fique claro - ou conhece os bastidores da profissão, é uma leitura e tanto. Fica aqui a recomendação e uma prévia da criatividade do supimpa Iotti (clique para ampliar).

Deus abençoe.

terça-feira, 25 de março de 2008

Como ganhar 10 milhões de reais

Deposite mensalmente R$ 400,00 num fundo chamado de VGBL [Vida Gerador de Benefícios Livres]. Esse é o plano preferido pelos investidores, 45,3% deles. É um fundo agressivo, mas seguro. Para levar a bolada, caso você tenha 24 anos, espere chegar até 62 anos. Isso, se tudo der certo com nossa bolsa de valores, dando rentabilidade razoável de 15% ao mês, e, também, se você chegar vivo pra contar a grana e a história. Dica do TPh: enquanto isso, vá vivendo a vida como der, ok?

segunda-feira, 24 de março de 2008

O BURACO DO SERAFIM





Tá em todo o lugar. Com as chuvas o buraco aumentou. Entra até as bolas de tão grande. E ninguém toma uma atitude. Ninguém fala nada. Tá tudo normal. No verão vem a famosa e paleativa operação tapa buraco [o mesmo nome das operações passadas]. Bem, o buraco das ruas, até pode ser que fechem. Mas nos caixas municipais, eu duvido muito. Leia-se Campanha do Marcelão - vulgo boneco de olinda. O Todo Phoda, vigia diuturno da indignação nacional, não bota panos quentes e desce o pau.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Só pode existir um...

O Silvio detonou o Roberto. A Dercy já apontou sua espada pra degolar o Didi. Já se ouvem vozes no Orkut, pedindo: "morre Renato Aragão", mas ele é fã de Munhá - o mal eterno. O menos talentoso dos trapalhões quer mais poder e apontou sua fúria pro próprio zarolho Christopher Lamber [cu]. Enquanto isso o chefe do Show do Milhão arma mais um estratagema, articulando com Roque e o Lombardi a queda de Roberto Carlos - a bruxa da jovem guarda.
E a saga continua...

[caralho, quanta merda]








Viaduto Miguel Arraes in Manaós


Três coisas pra registro:

Ele vai de nenhum lugar pra lugar nenhum
Ele engarrafa
Ele é a prova concreta de que "a pressa passa e a merda fica"

Jáhhh!

Sublime Botija

O jornal caboclo Amazonas em Tempo vem se revelando um grande simpatizante das mensagens subliminares (cruzetagem anterior aqui). A edição de ontem do periódico estampa em sua 1ª página uma foto do cotidiano manauara (não, não é o trânsito, muito menos algum político personalidade regional sem futuro), com a singela participação do explosivo Acesinho da Fogás.

Uma foto oportuna, sensacionalista e subliminar.
(combo x3 extra hard ass move do Sagat)



quarta-feira, 12 de março de 2008

Fiado nem a caralho. Troco em balinha, nem fudendo.

Um dia desses vou juntar todas as balinhas, bombons, chicletes e afins recebidos como troco e comprar uma Mercedes. Tá certo que pode demorar um bocado - até lá alguns destes docinhos podem apodrecer, outros se infestarem de formigas, mas isso a gente releva, porque também é falta de educação não pedir desconto.


Outra idéia é pegar todas estas guloseimas e contratar uma puta de luxo, tipo destas que o Governador de Nova York tentou descolar. Se ele tentasse pagar em balinhas, seria crime mesmo assim? Pessoalzinho amargo esse não?


Se nada disso der certo vou tentar passar adiante os doces para os flanelinhas. Um real dá mais ou menos uns 20 Chiclets Adams, ou 1 Tic Tac, ou 8 Plocs. No final do dia neguinho vai ser só cárie. Que beleza, hein?


Aceita balinha de troco?

ÁGUA






A próxima guerra, a quarta, vai ser travada por conta dela. Ela já é chamada por superpotências [bélicas, inclusive] o petróleo do mundo. Em alguns lugares, seres humanos já não tomam mais água potável. No Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, por exemplo, uma família de 5 pessoas toma banho com o mesmo pouco de água suja e bebe a água que o boi esquálido enjeita. E ainda tem gente que desperdiça desse jeito. Isso sim é de fuder, ô pá!




terça-feira, 11 de março de 2008

Oração ao Tempo

[Caetano Veloso]

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...

Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...

O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...

Obs.: só gostaria de acrescentar [se é que se pode dizer algo mais] que o tempo é amigo de quem é amigo do tempo. Só falta quando se gasta muito. Se gasta muito, quando se tem pouco. O tempo não é contínuo. É disforme. Passa lento, passa rápido. Mas, certamente, passa. "Tempo, tempo, tempo, tempo. Faço um acordo contigo"

sexta-feira, 7 de março de 2008

Trocadalho do carilho: a barata é um barato.

Quando você vê uma barata é porque 1.000 delas estão a espreita. As baratas são solitárias, de hábitos noturnos. Só saem de casa pra comer e fuder. Em 400 anos de evolução, elas pouco mudaram. As baratas fêmeas é que ficaram mais pudicas, suas genitálias agora não estão mais expostas. A digestão das baratas é feita por protozoários, que ela mesma produz. São resistentes a guerras nucleares. A transa delas demora de duas horas ou mais. São hostis. São rápidas. Voam. Deixam ovos aos milhares. Existem mais baratas no mundo do que seres humanos. A piração kafkiana foi a partir de uma barata. Ele virou a própria, numa alucianção total. As baratas são um barato. E cá pra nós: que pernas!

quinta-feira, 6 de março de 2008

DEIXA PRA LÁ...

A nossa incrível capacidade de deixa pra lá, isso sim é comovente. Como deixamos as coisas pra lá. O casamento não tá mais legal... deixa pra lá. O cartão de crédito te cobra taxa de seguro de morte e não te avisa... deixa pra lá. A tua mulher só serve pra levar tua grana... deixa pra lá. Teu homem não tá nem aí pra trabalhar... deixa pra lá. Tua fé só serve pra fazer fézinha na loteria esportiva... deixa pra lá. Tu não tá feliz no teu trampo... deixa pra lá. Teu chefe te manda tomar no cu... deixa pra lá. Teus amigos morrem por coisas fúteis... deixa pra lá. Teu melhor amigo te traiu... deixa pra lá. Deixa pra lá o livro que você vive dizendo que vai ler. Deixa pra lá a viagem que você sonhou fazer. Deixa pra lá quando você não pode comer, nem beber como você quer. Deixa pra lá se cortaram tua energia paga. Deixa pra lá que você não tem coragem pra batalhar o teu futuro. Deixa pra lá.

Se a tua vida não está nem perto do que você sonhou.... Se você não é feliz por ter uma vida perfeita e feliz. Se você vive na merda e não tem coragem de sair. Se você se sente um zero a esquerda. Ah... deixa pra lá.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Tendência para Pequim 2008

Pode ir preparando o seu fôlego de atleta de bar. A orgia atlética mais globalizada do mundo se aproxima, prometendo rotular até copo de requeijão. A expectativa no país onde cachorro é iguaria é grande. Grande também será a pressão sobre a seleção canarinho, uma eterna paciente na fila do caneco. No entanto, sinto constatar que “Olimpíadas de Pequim” não possuem 13 letras, o que diminui em 99% a chance de subir no compensado mais alto. Desculpa aí, Zagallo.

Por isso mesmo, atentemos para o que de fato possa acontecer lá pelas bandas orientais:

.A cerimônia de abertura mais louca que já se fez, com o intrépido e matreiro Jackie Chan aprontando poucas e boas diante das câmeras. Rumores dão conta de que logo de cara o bastardo do Circo da China fará sua entrada majestosamente no melhor estilo Le Parkour, descendo os arcos do Estádio Olímpico enquanto equilibra um ovo de avestruz na colher.

.Brasileiro esticando os olhos com os dedos na hora da comemoração. Mais clichê, impossível. Mais oportuno para os câmeras, impossível. Em breve, numa Globo, Record, Bandeirantes e afins perto de você.

.Ações de marketing de guerrilha da PETA – People for Ethical Treatment of Animals, em defesa dos cachorros. Rumores (o mundo não seria nada sem os rumores) dão conta de que a estrela da vez para a campanha seria our very own Luisa Mell, aquela gostosa do Late Show.

.Ainda no campo publicitário: prepare-se para mais Pega Leve, Ivete, Regina Cazé (???), e todas aquelas marcas que nós, consumidores, admiramos tanto.

.Vídeos e mais vídeos de turistas no youtube.

.Um pouco mais de vídeos de turistas no youtube.

.A cerimônia de encerramento mais surtada que já se fez. Um marrento e mirabolante Jackie Chan aprontará poucas e boas, novamente, para deleite da platéia sedenta por sangue. Os rumores (essa palavra é jóia) dão conta de que o chinês apagará a tocha olímpica com sua própria saliva, depois de percorrer de cabo a rabo a Muralha da China. Tudo isso narrado pela chinesa mais vesga de Hollywoord, Lucy Liu.

Céus. A madruga promete.

terça-feira, 4 de março de 2008

KING OF PAIN

"There's a little black spot on the sun today"

Ontem foi um dia esquisito, teve um pontinho preto no sol. O Paulo Maurício morreu.
E quem foi o Paulo Maurício? Pelo menos pra mim, foi um brother. Mas ontem ele foi assassinado com um tiro no peito. Vacilo dele, vacilo do destino.

Mas antes disso tudo. Teve uma grande amizade. Muitas gargalhadas. Muita cerveja. Muita curtição ouvindo Police, Cult, Smiths, Cure, Tears for Fears, Pink, Genesis, Led pra caralho! Teve muita música, muitos momentos massa.
E teve minha primeira dor de cotovelo ouvindo King of pain. Ele me falou que minha alma ficou "quebrada" naquele dia. Ficou mas passou. Hoje ela ficou de novo, espero que passe.

Foda Maurício. Essa foi foda.

segunda-feira, 3 de março de 2008

TUDO E O NADA

Sonhar já era algo que não bastava. Olhos parados no horizonte ia construindo as
realidades distantes. Já não suportava viver daquele jeito. O cotidiano esmagava seus
dias. E os dias passavam macetos, insuportáveis.

Fazia uns 30 graus quando ele atravessou a rua para tomar uma água de côco. O posto
tava cheio de pessoas de todas as idades. Mas nada que lhe chamasse mais atenção do que
um cachorro na areia da praia. Ele rolava, corria latindo, e rolava e latia em direção
ao mar, como se estivesse dizendo algo [e na verdade, ele realmente dizia, quem sabe].
A cidade já dava sinais de que o dia chegava ao fim. Naquela sexta-feira, os amigos
encontravam-se para tomar um chope gelado, bater-papo, paquerar e esquecer, talvez, de uma semana chata e desmotivadora. "O fim-de-semana é o remédio pra todo mal", pensou.

[O cachorro corria na direção do sol ao longe. Latindo. E o posto ia esvaziando PEaos
poucos].


Pegou o ônibus e procurou um canto pra encostar. O dia tinha sido cheio, os bancos estavam lotados e o trânsito uma loucura. Quase não deu tempo de atender todos os pedidos. O engarrafamento fazia de cada minuto, uma eternidade. Alguns rapazes faziam muito barulho na parte de trás, e uma senhora bem gorda, deitava seu peso sobre suas costas, fazendo-o quase sufocar.

Quando chegou na sua parada, saltou do bolo humano como num parto, como se nascesse novamente, como se desgrudasse de um visgo nojeto que todos os dias lhe consumia, indo e voltando do trabalho. Meteu a chave na fechadura na porta, ligou a luz, ligou a TV, e sentou na sua poltrona. Queria tomar um banho, mas também queria ficar ali, quieto, era sexta-feira, os bares estavam cheios, sábado não tinha trabalho [os bancos não abrem, graça a Deus!]. Ficou ali, de frente pra novela assistindo as mesmas tramas, adiantando os diálogos óbvios, pensou em tudo que deixou pra trás e no nada que conquistou até aquele dia.

Adormeceu.

Emiliano Zapata Salazar

"Prefiro morrer em pé do que viver de joelhos"
[do próprio]

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

ESSE NEGÓCIO DE MORTE...

Rapá, [e acho que outras tantas mil pessoas também...] sou muito contrariado com esse papo de morte. Mas sou muito mais com esse papo de doença. Isso sim, fico puto. Quer dizer que o cara morre no final e ainda corre o risco de ficar doente vivo? Já vi e ouvi histórias tristes de pessoas que literalmente apodreceram em vida. Isso é sacanagem.

As pessoas não deveriam ter doenças. Nem dores físicas. Nem psicológicas [as piores]. E por aí vai: espirituais, descomunais. Nada. Só vida boa até a morte. As pessoas deveriam viver com muita saúde até chegar esse dia. Acho justo morrer no final, se viver bem.Depois dar espaço no mundo pra outro chegar pra curtir essa vida maravilhosa. Numa boa.Pra beber quando quiser, pra fumar o cigarro que quiser. Pra transar sem camisinha [que maravilha!],pra beijar onde quiser. Pra comer todas as porcarias do fast-food [ido], pra optar não dormir de noite. Pra correr, pular, sair, sorrir sem sentir nenhuma dor. Nem culpa.

Sei de casos onde a pessoa nem chega a vida. E se nasce é sem cérebro. Com insuficiência respiratória. Cego, surdo e mudo. E se chega a nascer e tem a oportunidade de viver pode ser paralítico, tetraplégico, sem fígado, com coração fraco... [que fique claro aqui que acredito piamente que pessoas que infelizmente nasceram assim, possam viver plenamente a vida]. Mas é radical: sou contra viver doente.

Olha que maravilha: seria o fim dos médicos [ou o começo de uma nova carreira - de orientadores da vida plenamente saudável], que tal? Seria o fim da fila do INSS [pelo contrário dos que pensam que aumentaria], pois homens e mulheres saudáveis trabalham e vivem muito bem até a morte. Seria o fim das drogarias [q também matam muito hipocondríaco]. Aliás, assim como os orientadores, as drogarias poderiam vira espaços onde pudéssemos conhecer remédios que fossem somente para dar mais energia, e não tentar curar uma possível doença...fatal. Seria
o fim das epidemias. Do fumacê contra insetos. Seria o fim das filas da aposentadoria. [É aquele negócio da energia pro trabalho, lembra?]. Seria o fim de muita coisa que hoje só é necessária porque a doençavive em cada um de nós. É grave.

Não, nada disso. Só vida, linda, nem longa, nem curta. Pra se viver na plenitude total. Mas Deus 'têm' seus motivos. E eu sou apenas um homem doente.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A engolidora de facas

"- Venha ver, venha ver...", berrava o gorducho barbado em cima de um caixote. A multidão se amontoava. Um anão passava a velha caixa de sapatos onde os curiosos, de vez em quando, depositavam suas moedas. As vozes se misturavam. Enquanto o gorducho se esgoelando apresentava o show: "A engolidora de facas, venha ver". Já tinha feito aquele número várias vezes. Era fácil. As pessoas gostavam. Mas naquele dia Maria queria ter nascido em outro planeta. Sua roupa cor-de-rosa estava velha e desbotada. A meia amarela rasgada. A sapatilha suja. Maria sonhava ser aeromoça e conhecer outros lugares. Mas era sempre a mesma coisa. Ela já conhecia o enredo de sua história. Olhou por entre uma fenda das cortinas vermelhas. A multidão estava pronta. Era preciso entrar. O espetáculo tinha que começar. Conferiu sua figura num espelho de pé, passou a mão nos cabelos, e olhou uma fotografia de Zacaria, um palhaço, o homem que tirou-a das ruas.Quando pisou no tablado, a multidão ovacionou. As madeiras rangiam, a impressão é que tudo aquilo desabaria a qualquer momento. Ela trazia as facas mágicas. O efeito era perfeito. As facas sumiam, garganta abaixo. Era nisso que a multidão deveria acreditar. As pessoas precisam acreditar nos truques. O apresentador cuspia palavras na cara de uns meninos que só conseguiram espaço embaixo do tablado. Maria engoliu a primeira faca. A multidão silenciou estarrecida. O anão corria atrás de uma moeda que caiu fora da caixa. Todas as facas eram falsas. As pessoas aplaudiam freneticamente, "Como ela faz isso?" e as donas "Pobrezinha, tão novinha". E Maria engolia uma maior. E os garotos viraram a cara com pavor. E o apresentador cuspia palavras. E o anão pegava a moeda. E Maria lembrava que de noite o gorducho barbado lhe visitaria. Como fazia há muitos anos. Desde que o palhaço morreu. A vida acabou quando o palhaço morreu. Mas Maria ainda insistia. Sim, o gorducho em cima do caixote, que cuspia palavras, entraria a noite e se lambuzaria. Ela sentiria asco. Uma dor que nenhum remédio aplacaria. Ela fingiria dormir. Como sempre. Aquele hálito azedo. O fuçar frenético. Até o fim. Até o fim. E depois... bem depois amanheceria. E Maria puxava a maior de todas as facas. Todas são falsas. É preciso acreditar no truque. A vida é truque que ninguém descobriu. Ela engoliu a faca, aos poucos, até onde pode. Sem dor. E o anão deixou a caixa de moedas cair no chão. E a multidão não acreditou no que via. E o apresentador engasgou-se. E os meninos embaixo do tablado ficaram com a cara toda vermelha.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Gostosas vestidas em roupa de macho








Eu ficava nu só pra ver uma gosstosa dessa vestida numa roupa minha.

Acorda, Caralho!


Aguce a mente. Veja além das coisas. Deixe de preguiça, vamos lá! Abrir os olhos não quer dizer que você vá enxergar. Abra o espírito. Desprenda-se dos preconceitos. Aposte no inevitável. A vida é bem mais do que isso que se apresenta. Entenda-se. Sócrates disse: "Conhece-te a ti mesmo". Conecte-se com o mundo. Saia do seu entorno. Do seu quintal. Pise no improvável. Voe por sobre o incontestável. Queira mais. Leia mais. Escreva mais. Você não pode ter vindo ao mundo somente pra acordar, cagar, comer e dormir. Eu não acredito nisso. Você também não pode acreditar. Faça-nos esse favor.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Você vai ficar ai chupando o dedo?

A vida é só uma. O mundo é grande. Você pode enxergar. Pode andar, correr. Você pode correr atrás de uma mulher bacana.Ou de um cara legal. Você pode sorrir. Você pode viajar. Dar mil voltas ao mundo. Você pode ir de avião, de moto, de bicicleta, a pé. Você pode comer pão com manteiga. Pode comer carne com abobrinha. Você pode dormir na sua cama ou na cama de uma familia de tailandeses. Você pode dizer sim, dizer não. Você pode desistir assim que cansar e pode retomar quando sentir que pode. Você pode amar sua mulher, seus filhos. Pode pode fazer fortuna ou pode viver com o básico. Você pode beber até cair ou nunca cair. Você pode ir ao cinema, ao teatro, passear de ônibus. Pode comprar um churrasco de gato com o último trocado. Você pode correr até cansar. Você pode ir ao jogo de futebol, ao parque de diversões, ao motel, ao carrossel, ao zoologico. Você pode ir até o Japão. Você pode fazer tanta coisa, meu irmão. Então, vai ficar ai chupando o dedo?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Previsões Imagináveis 2

O dia em que Murphy sair de férias eu ganho na Mega-Sena.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Verdade Inexorável

"Quem nasceu pra tatu, vai morrer cavando"

[filósofo de botequim]

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Manaus está andando muito melhor.

Como pode-se ver estamos indo bem. O problema no trânsito não foi de todo resolvido, mas percebe-se uma sensível melhoria no fluxo dos carros, principalmente nos horários de pico [maior drama enfrentado]. Pelas fotos há uma nítida sensação de que houve um planejamento ostensivo, visando dar maior vazão ao grande fluxo de veículos na cidade. É o progresso!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

SOBRE TODAS AS COISAS



3ª parte [vôo]


"Pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado,
desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus"[*]
Dali, do alto do edifício, tudo parecia dele. O mundo pequeno aos seus pés. Viu que podia ter e querer o que sonhasse. As mulheres, os homens, as comidas e bebidas, carros, a vida perfeita, o amor perfeito, o beijo que não rolou. Tudo. O vento daquela noite soprava forte, frio e como uma lâmina afiada trespassava seu corpo débil. Ele abria os braços e girava, girava, na ponta do aranha-céu. Até pensou que podia ser Deus. Lá embaixo a multidão disforme não imaginava quais seus planos. "Eles que se fodam" dizia entre dentes, repetindo numa cadência absurda. "Sim! Eles que se fodam!"Os edifícios com suas luzes e pessoas, os televisores ligados, os sonhos desligados. A hora do jantar, a hora de transar, a hora de rezar, a hora de dizer adeus. Tudo podia ser visto, tudo podia ser feito. Ao longe a lua pálida, iluminava até onde seus olhos alcançavam. A cidade estava nua, transparente. O resto da aguardente entrou rasgando. Tudo era tão longe, ele não podia mais voltar "Você me enganou!", olhando pro céu gris. "Por que você me enganou?"
[...]
O lugar mais alto que tinha chegado foi quando subiu no telhado de sua casa para olhar a vista do vilarejo. De lá de cima, ele podia ver tudo. A roda gigante do parquinho, a lanchonete, a prefeitura, o campo de futebol. Tudo bem organizado. Podia sentir naquele momento o cheiro prazeroso do bolo de fubá que sua mãe preparava todas as sextas-feiras. E o café e a manteiga, o leite. Tudo irreal e tão real. E ele ficava ali até o sol se pôr, balançando os pés, podia escolher não comer se quisesse, "Na outra sexta tem de novo" pensava feliz.
[...]
Então pisou sem firmeza no beiral escorregadio, como numa corda bamba procurou equilíbrio. Tinha um objetivo. Era preciso seguir em frente. Abria os braços, pendia pro lado da rua [do alto os carros pareciam formigas apressadas], concentrado, cauteloso, claudicante... "Quero pegar na tua mão!" "Me dá tua mão..." Repetia como numaladainha. Pensava que na sua infância não existia drama, tudo era perfeito. Pensou forte, bem forte num dos poucos momentos felizes de sua vida. Sentiu seu corpo pender no vazio,sentiu-se confortável [talvez no berço foi assim...], essa sensanção duraria alguns segundos,mas ele estava em paz, sim, agora ele estava em paz.


*Texto baseado no trecho de Sobre Todas as Coisas de: Chico Buarque e Edu Lobo.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

ÔNIBUS NÃO!!!!

Faz mais de dez anos que não ando de ônibus. Coitado de quem anda nos coletivos manauaras. É um deboche, uma verdadeira putaria o que fazem com o cidadão que infelizmente tem que usar esse meio de transporte. Ontem rodando na cidade vi um ônibus totalmente fudido. Sem o pisca [alias, sem farol nenhum], todo batido, velho, sujo e lotado de uns pobres coitados. Tenho visto uns ônibus com uma frase assim: 500 ÔNIBUS NOVOS. EU SOU UM DELES.

Imaginem os velhos.
Inclusive uns velhos rodaram por um tempo com essa frase nova. Acredita nessa?
É preciso reclamar. É preciso dizer não, basta, chega desse estado de coisas que nunca melhoram. O resto é propaganda. É preciso abrir os olhos e cobrar de quem a gente coloca no poder.

Senão isso não acaba. O povão que não tem como comprar um carro, tem que se submeter a essa condição pra chegar no trabalho e ser ainda mais explorado.

Sem consciência não tem resistência. Sem resistência não há mudança.
E sem isso quem vai de ônibus vai continuar indo tipo gado empilhado, um sobre o outro, levando de quebra, uma boa encochada.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

SOBRE TODAS AS COISAS

2ª parte [Tempo]

Ele olhava algumas fotos de pessoas que nunca existiram de verdade. Retratos de um tempo que tinha ficado pra trás. Sorrisos falsos. Dias de mentira. Amores distantes. Na janela os pingos da chuva escorriam criando imagens distorcidas, figuras fugazes que se desfaziam diante dos seus olhos. O tempo corria lentamente como se arrastasse todas as angústias da cidade. Levantou pra procurar uma bagana de cigarro, acendeu - suas mãos tremiam. Uma brisa fina assobiava com um grito e às vezes um sussuro, às vezes um uivo surdo. Sugou a brasa do cigarro como se buscasse na fumaça oxigênio. Precisava pensar em algo, uma saída, "Por quê?" perguntava olhando pro espelho do banheiro. Tirou a última lâmina que restara. Os pingos da torneira lhe desviavam a razão. Pareciam estampidos de uma arma. "Por quê?"Sentou na tampa da latrina e olhou para o teto. A iluminação precária, piscava e criava sombras na parede que lhe faziam sorrir. E ele gargalhou, gritou, até chorar. Os pingos do sangue quente misturavam com urina e a água empoçada. Ele suava. Ele sorria. A lâmina fina entrando na carne. Ele entrando na sua mente pra descansar. E não existia medo nem dor. Só silêncio e o tempo e o nada.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Senha 23

Brasileiro é uma coisa, adora uma fila. Não só adora como faz o maior cu doce em público antes de entrar na fila e encoxar o sortudo(a) da frente. Êta povo fresco. Alguns protagonizam um draminha, outros exprimem todo seu prazer de forma mais reservada. O office boy malandrão, por exemplo, é do tipo "porra, olha o tamanho dessa merda!", antes de virar a cabeça a procura de bunda secáveis. A dondoca é daquelas que solta um tímido "meu Deus", suficiente pra chamar a atenção e começar a distribuir charme no recinto. Existe ainda o tipo trabalhador, que liga pro chefe só depois de 30 prazerosos minutos na espera, quando ainda está a 30 metros do balcão - seu discurso é sempre um "tá complicado, acho que vou me atrasar". Grávidas, idosos e portadores de deficiência - o politicamente correto necessidades especiais - geralmente esperam pouco tempo, por isso tentam aproveitar ao máximo a situação. Repare como sempre tem contas demais pra pagar, produtos demais no carrinho do mercado e por aí vai.

Penso, creio e bato o pé: somos todos masoquistas enfileirados, aguardando prazerosamente a oportunidade de ficar míseros 2 minutos no guichê. É foda, brasileiro aprendeu a sofrer, tomou tanto gosto pela coisa que hoje até pega senha. Vai entender.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

SOBRE TODAS AS COISAS

1ª parte [a redenção]

Tava lá parado, estático, perdido olhando a estátua de bronze - um anjo que apontava uma espada pro céu. Acertou seu relógio que ganhou numa rifa - de pulseira barata e fedida a couro ruim - com o sino da velha igreja, que badalava o meio-dia. Catou uns trocados no bolso, pensando em tomar um café. Nem pra isso tinha. Olhou as coisas ao redor, daquela cidade de lugar nenhum, e pensou em morrer. "Sim, a morte é uma saída!" O coração apertava. Engolia a saliva com dificuldade de quem segura o choro. As pessoas passavam de lá, pra cá, vivendo suas tramas, de enredos sutis. Sentiu uma vontade de trocar uma idéia com alguém. Fixou a vista num casal deitado na grama rala. Ela lia um livro. Os dois sorriam. Crianças brincavam, chutando uma bola vermelha, gritavam, corriam. A pulsação acelerada fazia ele tremer. A fome apertava lascivamente. Queria ter algum pra comprar um cachorro quente da barraca. O cheiro do tempero forte, quase o fazia desmaiar. O molho borbulhava. O som podia ser ouvido dali de onde ele estava.
O relógio já marcava uma da tarde. "O tempo é um sonho oco...". Levantou, foi em direção ao pequeno lago sujo, ficou de olhar perdido, tentando esquecer outras misérias.
"Mundo fudido do caralho", pensou. Sentiu o toque em seu ombro. Era uma mulher com traços simples, que olhava nos olhos com uma clareza que lhe abrandou o espírito. "É seu?", perguntou a mulher. Nas suas mãos, um livro velho, que ele mesmo já havia lido repetidas vezes. "Sim", respondeu. "Deixe no banco pra outra pessoa ler. Não quero mais. Sei a história. Não gosto muito de final feliz. Fica pra você, se quiser" A mulher apenas sorriu e seguiu ao entorno do lago, batendo o livro embolado nas mãos. E ele olhava alguns marrecos, gansos e patos que deslizavam mansamente, fazendo a vida flutuar.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Pensando Completo

O Todo Phoda, o bastião da liberdade de informação. O último rincão da fuzarca nacional, alerta: 'vamo' ficar de olho nos próximos capítulo da política baré. Os caras tão enchendo o cu de grana e o povo tá sentando na banana.

[...]

Tem político que se arvora da transparência, mas a grana manda e cala a boca. Todo político tem seu preço e uma conta bancária na Suíça. É a dura verdade que a gente ainda não sacou.

[...]

Fica a opção do voto em branco. Pense nisso e mande essa cambada pra longe da sua carteira.